Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
Simecs - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, reuniu com representantes de empresas para receberem informações de especialistas representantes dos sindicatos dos trabalhadores e dos empresários do setor metalúrgico, terão novo encontro nesta semana para definir medidas visando à redução dos efeitos do calor que tem se refletido na atividade produtiva. No primeiro encontro, mediado pela gerência do Ministério do Trabalho e Renda, cada lado expôs suas posições.
O Sindicato dos Metalúrgicos renovou pedido feito em dezembro passado de formalização de convenção coletiva sobre o tema, o que foi negado pela classe empresarial sob a alegação que a mesma necessita de elaboração embasada em critérios técnicos e demanda tempo. Dentre as reivindicações estão intervalos de 10 minutos a cada duas horas.
O Simecs, entidade que representa a classe empresarial, está desenvolvendo trabalho em parceria com as Cipas’s e com o apoio do Sesi para diagnosticar a situação em cada empresa e exigir as adequações necessárias. Também promoveu encontro de um grupo de organizações com especialistas nacionais em saúde e segurança no trabalho.
O engenheiro mecânico e de segurança Armando Augusto Martins Campos enfatizou a necessidade de uma análise das atividades desenvolvidas e do local de trabalho para diagnosticar os possíveis efeitos do calor sobre os trabalhadores, determinar as formas de avaliação e as ações de prevenção e controle, objetivando a integridade física. Também elencou os ramos de atividade em que há maior incidência do calor como agente ambiental de trabalho, apresentando a relação existente entre os locais de trabalho e o equilíbrio térmico necessário à preservação da saúde e o conforto, com o embasamento das normas técnicas.
Ele relatou que o anexo três da NR 12 (norma que apresenta os limites estabelecidos pela legislação vigente no País) está em estudos, podendo haver mudanças nos atuais parâmetros que determinam as condições insalubres. Mas salientou que as empresas devem se antecipar e empreender avaliações e ações que atendam às necessidades constatadas nos levantamentos feitos. Também mencionou a adoção de medidas para assegurar o conforto, como ventilação e utilização de materiais isolantes térmicos, além de estratégias de avaliação e controle.
Claudecir Monsani, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, reconhece a necessidade deste trabalho e que exige tempo, porém alertou que a situação requer medidas urgentes. “Precisamos de resoluções imediatas. É a saúde do trabalhador que está em jogo, há um desgaste muito grande, casos de desmaios já ocorreram durante o expediente. É necessário colocar o ser humano em primeiro lugar”, enfatizou. Para Reomar Slaviero, vice-presidente do Simecs, o registro histórico do forte calor, que mais uma vez se repete, está atingindo a sociedade em geral, especialmente a sociedade produtiva. Destaca que é preciso ter preocupação com todas as atividades e não apenas com o segmento metalmecânico.
Outro grupo já beneficiado, em Caxias do Sul, é formado por trabalhadores que atuam no serviço de limpeza pública. Até 31 de março, quem faz a capina e varrição de ruas têm direito a dois intervalos de 15 minutos no turno da tarde, sempre que às 13h a temperatura estiver igual ou acima de 25 graus. Além disso, estão recebendo protetor solar, um tubo de 120 ml para uso individual e exclusivo em serviço, com prazo de 60 dias para reposição. As medidas integram acordo firmado pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul, empresa de economia mista ligada à prefeitura, com o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação da cidade.
CAMILO SIQUEIRA / FOLHA DE CAXIAS/DIVULGAÇÃO/JC
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