quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Proliferação de cursos técnicos de segurança do trabalho


Por Eli Almeida
Campina Grande/PB


Texto publicado no Grupo Construção servirá de prova contra cursos de TST de péssima qualidade.








O texto publicado no Grupo Construção que tratava da baixa qualidade de ensino e a expansão descontrolada de escolas que estão oferecendo curso profissionalizante de técnico de segurança do trabalho na Paraíba será enviado para Justiça.

A informação deverá juntar-se as outras existentes dos auditores do trabalho e servirão de prova para investigação da justiça paraibana sobre atuação das instituições de ensino no Estado.

O uso do texto pela Superintendência do Trabalho da Paraíba, que alerta as autoridades sobre a proliferação das escolas, foi discutido entre os participantes do CPR Campina Grande, na última quinta-feira. Além da divulgação entre os membros do Grupo Construção, as irregularidades cometidas pelas escolas foram publicadas também na Rede Técnicos de Segurança do Trabalho do Brasil.

Segue texto:
É preocupante em todas as regiões do Brasil a qualidade do ensino em instituições que oferecem curso profissionalizante de técnico de segurança do trabalho. Enquanto isso, nada se tem feito, até o momento, por parte dos órgãos públicos para coibir o avanço descontrolado de escolas neste segmento. A profissão de técnico de segurança do trabalho é considerada de fundamental importância à prevenção de lesões e de doenças para as pessoas em seus ambientes de trabalho.
 
A proliferação é incontrolada. Na verdade, uma enxurrada de escolas, que a cada dia se multiplicam, tanto aqui em nosso estado, quanto em todo país. São cursos, aliás, de baixa qualidade pedagógica. Sem nenhum tipo de fiscalização do Estado, elas seguem colocando no mercado centenas de futuros profissionais, despreparados para o mundo do trabalho. Pensar que em outras décadas, fazer um curso de supervisor de segurança e até o início dos anos 90, o curso de técnico de segurança do trabalho era bastante difícil, as instituições tinham compromissos com a formação pedagógica.
 
Hoje a história é outra, bem oposta às de outrora. Temos cursos até demais, de sobra por sinal. Lembrar que naquele tempo tínhamos excelentes escolas e cursos. Contava-se com docentes bem preparados, mestres, doutores, fiscais do trabalho com largas experiências no ramo, disciplinas como: sociologia do trabalho e psicologia organizacional, desenho arquitetônico, técnicas de ensino, dentre outras, necessárias na formação profissional do técnico de segurança.
 
Naquele tempo, a visão era o da boa formação profissional. Nos dias atuais, o foco de algumas instituições é a ganância pelo quantitativo financeiro que entrará no final do mês na contabilidade da instituição. Sobre isso, e outras tantas práticas ilegais de ensino, já é do conhecimento dos Ministérios da Educação e do Trabalho e Emprego, órgão responsável pelo registro do técnico de segurança do trabalho, as irregularidades cometidas por instituições de ensino na formação de futuros profissionais, mas que até agora nada tem feito para punição delas.
Mas, o que se pode esperar quanto a essas irregularidades? Qual seria o papel, por exemplo, das entidades sindicais de nosso estado, do Ministério do Trabalho, da secretaria estadual de Educação, da FENATEST – Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho? Dos profissionais de segurança? Enfim, algo tem que ser feito para frear essa proliferação, é gente demais deixando os bancos das escolas com uma formação que deixa a desejar, e muito. Portanto, precisamos agir, afinal de contas, isso tudo pode ter reflexo na saúde, bem como na segurança dos trabalhadores e trabalhadoras.

Informações:

Rafael Campos dos Santos
Técnico de Segurança no Trabalho
Instrutor em SST Info Genius
Instrutor em SST Senai-cepsl
Membro do CPR Campina Grande

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