O governo federal encaminhou para o Congresso Nacional um projeto que regulamenta a profissão de motorista de aplicativo.
O
projeto é resultado de um ano de negociações entre governo, sindicatos de
motoristas e empresas. Ele cria a categoria do trabalhador autônomo por
plataforma. Os motoristas vão continuar sem vínculo de emprego e sem
exclusividade com os aplicativos de transporte de passageiros.
O
projeto prevê o pagamento de R$ 32,10 por hora de trabalho -- desse valor, R$
24,07 são para cobrir gastos com internet do celular, combustível, manutenção
do veículo, seguro e impostos. Quem cumprir jornada de oito horas diárias não
poderá receber menos do que R$ 1.412. Os motoristas poderão trabalhar até 12
horas por dia somando todas as jornadas em todos os aplicativos.
O
projeto também cria regras específicas de contribuição para a previdência
social:
Os
motoristas deverão recolher 7,5% do salário de contribuição;
E
as empresas, 20%.
Com
esta medida, os trabalhadores passarão a ter direito aos benefícios do INSS, o
que hoje não existe. O governo calcula arrecadar quase R$ 280 milhões de reais
para a previdência social.
A
cerimônia de apresentação foi no Palácio do Planalto. O representante das
empresas disse que os aplicativos se comprometem a cumprir o que está previsto
no projeto.
"O
grupo conseguiu chegar a um texto que é equilibrado e que vai permitir que as
empresas sigam investindo pelo país e que a gente consiga garantir direitos
para os trabalhadores", diz André Porto, da Associação Brasileira de
Mobilidade e Tecnologia (Amobitec).
Os
sindicatos de motoristas comemoraram a possibilidade de regulamentação da
profissão.
"O
que ficou claro aqui é que nós deixamos de ser uma categoria inexistente e
acabamos de ser agora uma categoria que existe, de fato. A gente precisava, de
fato, regular o trabalho, porque em 2018 foi feita uma regulamentação, regulou
as plataformas e deixou de lado os trabalhadores", diz Leandro Cruz, do
Sindicato de Motoristas de Aplicativos do Estado de São Paulo.
Para virar Lei, o projeto ainda precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. O texto vai ser discutido em comissões e pode ser alterado. Como o projeto foi enviado ao Congresso com urgência constitucional, se não for votado em 45 dias, passará a trancar a pauta da Câmara.
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