Um Estudo sociológico em 5 países
europeus com jovens entre 18 e 30 anos, aponta opiniões importantes sobre
questões como emprego e conciliação do trabalho com a família. (http://sociologiapp.iscte.pt/pdfs/13/135.pdf )
TRABALHO FLEXÍVEL
Com a entrada no mercado de
trabalho das mulheres, e o fato de que um número maior de homens desenvolvem
trabalhos domésticos além do aumento da expectativa de vida, a maioria das
pessoas precisa combinar as atividades do emprego com a prestação de cuidados à
família (crianças, adultos ou idosos).
A principal questão que surge é como conciliar um trabalho
precário em um clima de crescente insegurança e incerteza, o que obriga os
jovens muitas vezes a jornadas de trabalho de quase 11 horas, que acabará
refletindo de forma negativa em seu futuro estado de saúde.
Na Inglaterra, os jovens observavam que a idéia de um “emprego
para toda a vida”, dos seus pais, estava se acabando, embora não fosse de todo
uma má idéia. Ou seja, um emprego a curto prazo não é um fato negativo, mas a
preocupação aumentava se a situação persistisse a longo prazo.
O trabalho temporário e flexível vai sendo encarado como um fato
normal, mas há uma percepção de insegurança crescente entre os mais jovens e os
mais velhos. É interessante notar que os jovens de 14 a 29 anos passaram a
constituir a principal força de trabalho temporário (cerca de 61,3%). Por
outro lado, alguns jovens em atividade nessas empregos temporários têm uma
renda maior (é o caso de trabalho com computadores).
INCERTEZAS
A incerteza aparece com um dos principais aspectos dos jovens em
relação não só ao trabalho mas também ao casamento e a moradia. Jovens
trabalhadores sob contratos temporários tem dificuldade de conseguir
financiamento para comprar uma casa, pois os Bancos não aceitam financiar sem
que haja a perspectiva de um emprego estável. Além disso, há uma percepção
generalizada sobre a dificuldade de encontrar um emprego permanente. Os jovens
fazem uma comparação com os pais, dizendo que eles assim que saiam da faculdade
já tinham um emprego, havia garantia de emprego, e agora não. A incerteza
generalizada leva cada vez mais ao adiamento para comprar uma casa, ter filhos
ou desenvolver uma relação afetiva estável ou casamento.
PANORAMA
BRASILEIRO
TRABALHO JOVEM
Oferta de vagas cresceu 19% para
faixa etária de 16 e 17 anos no ano passado.
Jovens de 16 e 17 anos foram os mais beneficiados pelo aumento da
oferta de empregos no mercado formal no ano passado, de acordo com dados
divulgados ontem (11) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O número de postos de trabalho ocupados por essa faixa etária
cresceu 19%, segundo os números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Embora a oferta para os mais jovens tenha crescido, a maioria preferiu
continuar estudando a entrar no mercado de trabalho.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) apontou que 18,9% dos que têm entre 15 e 17 anos, das seis maiores
regiões metropolitanas do País, procuraram ou conseguiram emprego em 2010. Os
outros jovens preferiram continuar a investir em sua formação.
ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR O STRESS
DA INCERTEZA
A incerteza tem levado jovens a cogitar em trabalho em outras
regiões ou países, longe de seus familiares.
Outra estratégia é não pensar a longo prazo.
Outros jovens tentam gerir sua própria carreira, inclusive
mantendo conhecimentos em segredo para se tornarem indispensáveis na empresa.
Entretanto, essa estratégia é muito difícil para os menos qualificados.
Outra estratégia é permanecer mais tempo na casa dos pais, adiando
compra de casa própria ou outros compromissos, como ter filhos, embora esta
última preocupação aumente quando a idade vai aumentando.
O pensar é individual, não há espírito ou ideia coletiva de nada,
e por isso os sindicatos vão se tornando desnecessários.
Ana Carolina Maia, Jornalista, Coord. Redes Sociais
NRFACIL.
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