quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O que pensam os jovens do trabalho


Um Estudo sociológico em 5 países europeus com jovens entre 18 e 30 anos, aponta opiniões importantes sobre questões como emprego e conciliação do trabalho com a família. (http://sociologiapp.iscte.pt/pdfs/13/135.pdf ) 

TRABALHO FLEXÍVEL

Com a entrada no mercado de trabalho das mulheres, e o fato de que um número maior de homens desenvolvem trabalhos domésticos além do aumento da expectativa de vida, a maioria das pessoas precisa combinar as atividades do emprego com a prestação de cuidados à família (crianças, adultos ou idosos).

A principal questão que surge é como conciliar um trabalho precário em um clima de crescente insegurança e incerteza, o que obriga os jovens muitas vezes a jornadas de trabalho de quase 11 horas, que acabará refletindo de forma negativa em seu futuro estado de saúde.

Na Inglaterra, os jovens observavam que a idéia de um “emprego para toda a vida”, dos seus pais, estava se acabando, embora não fosse de todo uma má idéia. Ou seja, um emprego a curto prazo não é um fato negativo, mas a preocupação aumentava se a situação persistisse a longo prazo.

O trabalho temporário e flexível vai sendo encarado como um fato normal, mas há uma percepção de insegurança crescente entre os mais jovens e os mais velhos. É interessante notar que os jovens de 14 a 29 anos passaram a constituir a principal força de trabalho temporário (cerca de 61,3%).  Por outro lado, alguns jovens em atividade nessas empregos temporários têm uma renda maior (é o caso de trabalho com computadores).

INCERTEZAS

A incerteza aparece com um dos principais aspectos dos jovens em relação não só ao trabalho mas também ao casamento e a moradia. Jovens trabalhadores sob contratos temporários tem dificuldade de conseguir financiamento para comprar uma casa, pois os Bancos não aceitam financiar sem que haja a perspectiva de um emprego estável. Além disso, há uma percepção generalizada sobre a dificuldade de encontrar um emprego permanente. Os jovens fazem uma comparação com os pais, dizendo que eles assim que saiam da faculdade já tinham um emprego, havia garantia de emprego, e agora não. A incerteza generalizada leva cada vez mais ao adiamento para comprar uma casa, ter filhos ou desenvolver uma relação afetiva estável ou casamento.

PANORAMA BRASILEIRO

TRABALHO JOVEM

Oferta de vagas cresceu 19% para faixa etária de 16 e 17 anos no ano passado.

Jovens de 16 e 17 anos foram os mais beneficiados pelo aumento da oferta de empregos no mercado formal no ano passado, de acordo com dados divulgados ontem (11) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O número de postos de trabalho ocupados por essa faixa etária cresceu 19%, segundo os números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Embora a oferta para os mais jovens tenha crescido, a maioria preferiu continuar estudando a entrar no mercado de trabalho.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 18,9% dos que têm entre 15 e 17 anos, das seis maiores regiões metropolitanas do País, procuraram ou conseguiram emprego em 2010. Os outros jovens preferiram continuar a investir em sua formação.

ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR O STRESS DA INCERTEZA

A incerteza tem levado jovens a cogitar em trabalho em outras regiões ou países, longe de seus familiares.

Outra estratégia é não pensar a longo prazo.

Outros jovens tentam gerir sua própria carreira, inclusive mantendo conhecimentos em segredo para se tornarem indispensáveis na empresa. Entretanto, essa estratégia é muito difícil para os menos qualificados.

Outra estratégia é permanecer mais tempo na casa dos pais, adiando compra de casa própria ou outros compromissos, como ter filhos, embora esta última preocupação aumente quando a idade vai aumentando.

O pensar é individual, não há espírito ou ideia coletiva de nada, e por isso os sindicatos vão se tornando desnecessários.


Ana Carolina Maia, Jornalista, Coord. Redes Sociais NRFACIL.



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