Eduardo Vessoni
Do UOL, na Paraíba*
Os efeitos colaterais são visíveis. Os olhos quase não piscam diante de
cada um dos detalhes sobre engenhos e escravidão; o sorriso parece não
caber na boca com as deliciosas histórias contadas sobre tempos
passados; e o corpo começa a ficar mais relaxado logo após a segunda
degustação de cachaça. Esses são alguns dos (agradáveis) sintomas para
quem realiza a rota 'Caminhos dos Engenhos', no interior da Paraíba.
Pode parecer história de fazendeiro exagerado, mas bem longe da cobiçada costa litorânea paraibana o viajante encontra um inesperado roteiro turístico que inclui visita a antigos engenhos produtores de cachaça, casario histórico bem preservado e um clima de interior com direito até a friozinho serrano.
Localizada no Brejo paraibano, uma microrregião daquele estado formada por serras e vales, Areia é uma das principais portas de entrada. Esse pequeno município de 23 mil habitantes, que no século 17 servira de parada de tropeiros que seguiam para o sertão nordestino, abriga um belo conjunto arquitetônico declarado Patrimônio Histórico Nacional, em 2005.
Pode parecer história de fazendeiro exagerado, mas bem longe da cobiçada costa litorânea paraibana o viajante encontra um inesperado roteiro turístico que inclui visita a antigos engenhos produtores de cachaça, casario histórico bem preservado e um clima de interior com direito até a friozinho serrano.
Localizada no Brejo paraibano, uma microrregião daquele estado formada por serras e vales, Areia é uma das principais portas de entrada. Esse pequeno município de 23 mil habitantes, que no século 17 servira de parada de tropeiros que seguiam para o sertão nordestino, abriga um belo conjunto arquitetônico declarado Patrimônio Histórico Nacional, em 2005.
É lá que estão o Teatro Minerva, obra de 1859 considerado o primeiro teatro da Paraíba, a casa onde nasceu Pedro Américo, o artista que pintou o famoso 'Grito do Ipiranga', e dezenas de casarões do período em que a região era formada por engenhos de açúcar.
Areia abriga os primeiros engenhos da Paraíba a contarem com máquinas a vapor.
Outro dado curioso é que essa cidade de tendências abolicionistas antecipou-se à Lei Áurea e, dias antes, libertou os últimos escravos que trabalhavam na região. O que não deve faltar são altas doses de boas histórias contadas nos engenhos locais visitados. Moderação só no nível de álcool ingerido.
Estabelecimentos como o Engenho Triunfo, estabelecimento que produz 250 mil garrafas por mês e que ficou conhecido pela produção natural que não utiliza nenhum produto químico, e o Engenho Vaca Brava, um engenho histórico de 1860 administrado pelo divertido e falante Aurélio Leal Freire.
Se depender do 'Seu' Aurélio, o engenho deve continuar como nos velhos tempos das máquinas francesas compradas na década de 50. “Enquanto eu estiver vivo, ninguém tira essas ferragens daqui. É um maquinário histórico”, ameaça com tom de voz mais elevado o simpático senhor de mais de 80 anos.
A cachaça Rainha é fabricada no Engenho Goiamunduba desde 1877 e é um clássico da Paraíba
Sem dúvida, esse é um dos pontos máximos da viagem pela zona rural da
região. O proprietário, cujo estabelecimento recebe os visitantes de
forma improvisada (mas não menos acolhedora) pois ainda não possui
estrutura voltada para o turista, é capaz de dar um show na hora de
contar histórias da época de José Rufino, personagem local que morou em
uma casa equipada com uma senzala, e ao descrever, detalhadamente, o
processo caseiro de preparação da sua cachaça.
A vizinha Bananeiras, a quase 30 km dali e a 552 metros sobre o nível do mar, é outro destino que merece uma visita. Esse município de passado colonial, recortado por ladeiras e sobrados do século 19, foi o maior produtor de café de toda a Paraíba e abriga um casario com 80 construções catalogadas pelo IPHAEP.
A região abriga também o histórico engenho Goiamunduba que, desde 1877, fabrica a cachaça 'Raínha', um clássico da Paraíba. A cidade ainda conta com outras construções históricas como um túnel de trem de 1922 e um cruzeiro do final do século 19 localizado a 507 metros de altura, além da Cachoeira do Roncador, uma queda d'água de 45 metros.
A vizinha Bananeiras, a quase 30 km dali e a 552 metros sobre o nível do mar, é outro destino que merece uma visita. Esse município de passado colonial, recortado por ladeiras e sobrados do século 19, foi o maior produtor de café de toda a Paraíba e abriga um casario com 80 construções catalogadas pelo IPHAEP.
A região abriga também o histórico engenho Goiamunduba que, desde 1877, fabrica a cachaça 'Raínha', um clássico da Paraíba. A cidade ainda conta com outras construções históricas como um túnel de trem de 1922 e um cruzeiro do final do século 19 localizado a 507 metros de altura, além da Cachoeira do Roncador, uma queda d'água de 45 metros.
Entre julho e agosto, quando a região chega a registrar temperaturas de até 12°, o Brejo paraibano serve também de cenário para o evento 'Caminhos do Frio'. Areia, Bananeiras e Alagoa Grande são algumas das cidades que recebem os visitantes com atividades como exposições de artesanato, apresentações de dança e de grupos folclóricos, shows de forró pé-de-serra, oficinas culturais e passeios como trilhas e visita aos engenhos locais.
Se depender do alto número de histórias contadas sem moderação, o visitante deve deixar a região viciado por uma das mais agradáveis opções turísticas e históricas de toda a Paraíba.
'Caminhos dos Engenhos' é roteiro turístico embriagante pelo interior da Paraíba
Serviço
As
principais cidades que formam o roteiro, localizadas no norte da
Paraíba, estão próximas a Campina Grande, a 120 km da capital João
Pessoa, e podem ser visitadas de forma independente, de carro, ou com o
acompanhamento de guias contratados nas agências de João Pessoa ou
Campina Grande.
Em Areia
Pousada Aconcheg'art
Rua Prof. Xavier Júnior, s/n.
Tel: (83) 8713-1265 / 9987-4265
Pousada Luiz Soares
Rua Farmacêutico Cícero Barros, 55
Tel: (83) 3362-2979
Em Bananeiras
Eco Spazzio Tropical
Serra Golfe Apart Hotel
Rua Coronel Antônio Pessoa, 414 (Centro)
Tel: (83) 3367-1103 / 3367-1441
Caminhos do Frio
Entre julho e agosto, quando a região chega a registrar temperaturas de até 12°, o Brejo paraibano serve também de cenário para esse evento de inverno com um extensa programação. Areia, Bananeiras e Alagoa Grande recebem os visitantes com atividades como exposições de artesanato, apresentações de dança e de grupos folclóricos, shows de forró pé-de-serra, oficinas culturais e passeios como trilhas e visita aos engenhos locais.
Bananeiras
O patrimônio arquitetônico desse município a 71 km de Campina Grande é formado por 80 construções históricas catalogadas como o edifício de 1835 que abriga os Correios, a Igreja Nossa Senhora do Livramento (1861), um túnel de 1922 que abrigou a estrada de ferro local e o Cruzeiro de Roma, uma construção erguida em 1899 por um proprietário rural que pagava uma promessa.
Centro Histórico de Areia
O local é compacto e pode ser visitado, a pé, em um passeio de meio dia.
Essa cidade a 53 km de Campina Grande abriga construções interessantes que valem a visita como o Teatro Minerva, de 1859; o Casarão José Rufino, casa colonial de 1818 que abriga 12 senzalas e serve, atualmente, como centro cultural com peças de artistas locais e objetos históricos.
Engenho Vaca Brava
Localizado na área rural de Areia, esse é considerado o engenho mais antigo da região e possui 525 hectares. Foi inaugurado em 1860, mas não possui estrutura para receber, formalmente, os turistas. Os proprietários recomendam a contratação de alguma agência turística de Campina Grande para a visitação.
Engenho Triunfo
O local, que funciona com fins turísticos desde 1994, oferece um tour de 1h30 que inclui visita a diversas etapas de produção da cachaça e degustação de alimentos como sorvete e trufa recheada com aguardente.
Zona Rural de Areia (acesso pela estrada PB 079.
Tel: (83) 3362-2390 / (83) 9931-9861
Entrada paga
Entre julho e agosto, quando a região chega a registrar temperaturas de até 12°, o Brejo paraibano serve também de cenário para esse evento de inverno com um extensa programação. Areia, Bananeiras e Alagoa Grande recebem os visitantes com atividades como exposições de artesanato, apresentações de dança e de grupos folclóricos, shows de forró pé-de-serra, oficinas culturais e passeios como trilhas e visita aos engenhos locais.
Bananeiras
O patrimônio arquitetônico desse município a 71 km de Campina Grande é formado por 80 construções históricas catalogadas como o edifício de 1835 que abriga os Correios, a Igreja Nossa Senhora do Livramento (1861), um túnel de 1922 que abrigou a estrada de ferro local e o Cruzeiro de Roma, uma construção erguida em 1899 por um proprietário rural que pagava uma promessa.
Centro Histórico de Areia
O local é compacto e pode ser visitado, a pé, em um passeio de meio dia.
Essa cidade a 53 km de Campina Grande abriga construções interessantes que valem a visita como o Teatro Minerva, de 1859; o Casarão José Rufino, casa colonial de 1818 que abriga 12 senzalas e serve, atualmente, como centro cultural com peças de artistas locais e objetos históricos.
Engenho Vaca Brava
Localizado na área rural de Areia, esse é considerado o engenho mais antigo da região e possui 525 hectares. Foi inaugurado em 1860, mas não possui estrutura para receber, formalmente, os turistas. Os proprietários recomendam a contratação de alguma agência turística de Campina Grande para a visitação.
Engenho Triunfo
O local, que funciona com fins turísticos desde 1994, oferece um tour de 1h30 que inclui visita a diversas etapas de produção da cachaça e degustação de alimentos como sorvete e trufa recheada com aguardente.
Zona Rural de Areia (acesso pela estrada PB 079.
Tel: (83) 3362-2390 / (83) 9931-9861
Entrada paga
* O jornalista Eduardo Vessoni viajou a Paraíba a convite da TAM (www.tam.com.br) e do Parayba Convention Bureau Campina Grande e Região (www.parahybaconvention.com.br
http://viagem.uol.com.br/
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