A
Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos
Deputados aprovou hoje (4/07) por unanimidade o Substitutivo originário do
Senado Federal que regulamenta a profissão de Comerciário. Com o Plenário 5
lotado por delegações de comerciários de todo o País e a presença em peso da
Diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), a Comissão aprovou sem alteração o relatório
do Deputado Luís Tibé (MG), que tramita
sob o número 3.592/12. O novo relator, João Maia (RN), nomeado pela
Presidência da Comissão, manteve o Relatório Tibé.
O
Presidente da CNTC, Levi Fernandes Pinto, os Vice-Presidentes Vicente da Silva
e Valmir de Almeida Lima, o Diretor-Secretário, Lourival Figueiredo Melo, e o
Diretor de Patrimônio, Luiz de Souza Arraes, comemoraram no Plenário a
aprovação do Projeto de Lei que reconhece e regulamenta, após décadas de lutas,
uma das mais antigas e importantes categorias profissionais do País.
Com
a aprovação, o Projeto segue agora para a Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara e, em seguida, para a Comissão de
Constituição e Justiça, seguindo para sanção presidencial. “O projeto que
dispõe sobre o reconhecimento da profissão de Comerciário é a grande conquista
obtida pela classe comerciária brasileira” – afirma o Presidente Levi Fernandes
Pinto.
Com
a regulamentação, o Comerciário deixa de ser uma função para ser uma profissão,
uma atividade, que deverá ser lançada na CTPS do trabalhador no comércio; tem
fixada a sua jornada de trabalho diária em 8 horas - e 44 horas semanais. O
importante: qualquer alteração na jornada de trabalho do Comerciário somente
poderá ocorrer através de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
Fica
estabelecida a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos de
revezamento, sendo vedada a utilização do mesmo Comerciário em mais de um turno
de trabalho, salvo negociação coletiva de trabalho; torna-se obrigatória a
fixação de Piso Salarial da categoria comerciária em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, nos termos do inciso V do art.7° da Constituição Federal.
Cria
também a possibilidade de as entidades representativas das categorias econômica
e profissional, no âmbito da negociação coletiva, negociarem a inclusão, no
instrumento normativo, de cláusulas que desenvolvam programas e ações de
educação, formação e qualificação profissional. Regulamenta, ainda, o “Dia do
Comerciário” a ser comemorado no dia 30 de outubro de cada ano.
“Pode-se
alegar que outros direitos deveriam ter sido incluídos neste projeto” – diz
Levi Fernandes Pinto -, “mas se levarmos em conta que ele resulta do entendimento
entre a categoria profissional e a categoria econômica, pensamos que já é um
grande avanço”.
Nada
impede, porém, afirma o Diretor-Secretário Lourival Figueiredo Melo, que
comerciários e comerciantes continuem mantendo esta linha de entendimento e
entrosamento e possam mais à frente apresentar novas propostas que venham se
inserir nesta regulamentação: “A CNTC busca hoje o caminho do entendimento, do
diálogo entre os setores profissionais e patronais, o Congresso Nacional e o
Governo Federal, que também fazem parte desse processo. Já passou a época da
agressividade e do individualismo, que sempre resultaram em prejuízo do
trabalhador. Basta ver o tempo em que esse projeto ficou parado sem qualquer
avanço e hoje isso ficou bastante claro com o apoio de todas as centrais
sindicais e de todas as Federações e Sindicatos de Comerciários e de Serviços
vinculados à CNTC. É uma vitória do coletivo”.
O
1º. Vice-Presidente da CNTC, Vicente da Silva, saudou a aprovação como um passo
definitivo para a regulamentação: “Os Comerciários brasileiros, através de suas
entidades representativas, demonstraram unidade em torno do projeto. Vamos
continuar trabalhando juntos até a sanção presidencial”. Para Valmir de Almeida
Lima, 2º. Vice-Presidente da entidade, os Comerciários de todo o País
conseguiram hoje uma grande vitória, que vem coroar um grande sonho da
categoria: “Foi a vitória do consenso, que conseguimos atingir com o apoio
também da Confederação Nacional do Comércio”.
Por
Adir de Souza - Curitiba Paraná
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