De acordo
com dados da AEPS o número de trabalhadores acidentados na Paraíba aumentou
202%.
O número de
acidentes de trabalho na Paraíba vem evoluindo exponencialmente na última
década, de acordo com o ANUÁRIO ESTATÍSTICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (AEPS).
Entre 2001 e
2010, a quantidade de empregados acidentados saltou de 1.636 para 4.957, um crescimento
de 202,9%. No total do período, ocorreram 30.621 acidentes. A maioria destes
trabalhadores são industriários, homens, com idades entre 25 e 39 anos.
O dado alarmante é que houve maior destaque
para o aumento dos acidentes graves. Além disso, 61% destes empregados não têm
carteira de trabalho assinada, impossibilitando o recebimento de auxílio-doença
por parte do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). A falta de
segurança no trabalho é objeto de fiscalização do Ministério Público do Trabalho
(MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O professor
João Bosco, 40 anos, já sofreu um acidente de moto quando se deslocava para o
trabalho e acabou precisando ficar 120 dias afastado. Todo o período ele
recebeu seu salário normal. A perícia médica foi realizada em sua própria
residência, em Campina Grande. “A gente apresenta documentação pessoal e
carteira de trabalho e eles enviam uma equipe que faz a perícia em casa, pois
no meu caso estava impossibilitado de me deslocar. É bem simples e prático.
Depois de 90 dias, retornaram e me deram mais um mês para a recuperação”,
disse.
De acordo
com o Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) da
Paraíba, o aumento significativo se deu principalmente na distribuição dos
acidentes registrados dentro do local de trabalho do empregado. “A maioria
destes registros se origina no ambiente de trabalho, que corresponde a 65% do
número de acidentes entre 2007 e 2010”, afirmou a técnica do órgão Raimunda
Alves. Foram 11.720 ocorrências do gênero neste período.
Os homens
estão inclusos em 84% dos acidentes, sendo os profissionais de faixa etária
entre 25 e 39 anos de maior risco, equivalendo a 69% dos casos. Cerca de 69%
das ocorrências se dá no ambiente industrial.
A operação
mais recente sobre condições de trabalho, realizada pelo Ministério Público do
Trabalho na Paraíba, ocorreu na última semana de julho. A Procuradoria do
Trabalho de Campina Grande realizou uma inspeção nas condições de trabalho dos
servidores municipais de Ouro Velho, no Cariri paraibano, detectando
irregularidades desde o fornecimento de equipamentos de proteção individual até
falta de adicional de insalubridade.
Um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) deve ser firmado com a Prefeitura Municipal.
Segundo o procurador Raulino Maracajá, a regularidade do meio ambiente do
trabalho é questão fundamental no combate aos altos índices de acidente e
doenças do trabalho a que são acometidos os empregados, tanto no ambiente
público quanto no privado. “A atuação do MPT, nesse particular, já produziu
muitos frutos no Estado da Paraíba, promovendo a regularização do meio ambiente
do trabalho”, afirmou.
ACIDENTE DÁ PREJUÍZO EM CAMPINA GRANDE-PB.
Somente no primeiro semestre deste ano,
empresa do setor calçadista teve prejuízo de R$ 1 mihão com acidentes de moto.
No primeiro
semestre deste ano, o número de acidentes envolvendo apenas motocicletas causou
um prejuízo avaliado em cerca de R$ 1 milhão, em uma empresa do setor
calçadista em Campina Grande.
A indústria
deixou de produzir, em média, 70 mil pares de calçados por mês, devido aos mais
de 200 funcionários vítimas de acidentes graves, os quais precisaram se
ausentar do trabalho e ficaram acostados no Instituto Nacional da Seguridade
Social (INSS).
Segundo
estatística do Sinan, acidentes no trajeto de trabalho representaram 28% dos
registros graves de 2011 na Paraíba, sendo 118 ocorrências.
Os traumas
envolvendo motociclistas foi responsável por 17% dos acidentes, sendo 6% sem
colisão e 11% com colisão.
Destes últimos, 5% das vítimas foram
projetadas para longe do veículo.
A fábrica,
que possui 6,5 mil funcionários, contabiliza que 1,4 mil destes transitam em
motocicletas diariamente.
Segundo a
equipe de engenharia de segurança, o objetivo das aulas práticas e teóricas de
reeducação no trânsito é viabilizar uma melhor qualidade de vida para os
industriários e ainda tentar evitar as perdas produtivas devido às ausências
dos trabalhadores.
O
treinamento pretende capacitar pelo menos mil funcionários, sobre técnicas de
frenagem, realização correta de curvas e ultrapassagens, tráfego em pista seca
e molhada, além de simulações de situações vivenciadas no trânsito.
“Esperamos
que nossa iniciativa sirva de exemplo para as demais empresas”, disse o
engenheiro de segurança do trabalho, Robson Alves.
Jornal da
Paraíba
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