Por Laercio Silva
Jornalista DRT 0003919
Nesta sexta-feira, 31 de janeiro,
a Academia de Cordel do Vale do Paraíba (ACVPB) comemorou seus dez anos de fundação
evento aconteceu a partir das 17h30 na Fundação Casa de José
Américo, localizada no Cabo Branco em João Pessoa.
O movimento cultural da Poesia de
Cordel originado em Itabaiana, no dia 24 de janeiro de 2015, por ocasião das
comemorações do sesquicentenário do pai do cordel brasileiro poeta Leandro
Gomes de Barros, que num passado, começou a semear os versos, a métrica e a
oração na literatura popular, que se expandiu por toda a Paraíba e outros
estados do Brasil.
Na fértil terra de Itabaiana, na
Paraíba, uma semente foi plantada: a Academia de Cordel do Vale do Paraíba. Ao
longo de uma década, essa luz brilhante de sonhos se espalhou, com palavras que
voaram alto e histórias que se uniram. Como uma videira verdejante, suas raízes
se espalharam por toda a Paraíba, dando origem a um movimento cultural com a
poesia em destaque. E não parou por aí, alcançando também outros estados, onde
corações e mentes se conectaram.
O presidente recém-nomeado,
Merlanio Maia, conduziu o cerimonial do evento destacando a importância da
entidade, que ultrapassou suas raízes regionais e ganhou reconhecimento em
diversos setores da cultura paraibana como o conselho estadual de cultura e
secretarias municipais de cultura. O evento contou com as presenças de poetas,
poetisas, cantor(ra), cordelistas, repentista, professores(as), jornalistas e
jovens talentos literários.
A jornalista, presidenta da Empresa Paraibana de Comunicação, Naná Garcez, foi homenageada na ocasião com a Comenda Maria das Neves Baptista Pimentel, Cordelista Paraibana considerada a Mãe do Cordel, Neves Pimentel foi à primeira mulher a publicar folhetos em 1938. Seu folheto 'O violino do diabo ou o valor da honestidade' ainda é popular hoje em dia. “Por essas razões, decidimos homenageá-la por sua contribuição para a literatura de Cordel, especialmente na Paraíba", disse Merlanio Maia, presidente da entidade.
Uma curiosidade sobre Neves
Pimentel é que ela começou a publicar sob o pseudônimo "Altino
Alagoano", apelido de seu marido, Altino de Alencar Pimentel, com quem se
casou em 1933. Sua autoria só foi revelada publicamente a partir de 1970.
Uma noite especial foi realizada para comemorar os 10 anos de criação da Academia. O evento contou com apresentações musicais e o lançamento de um folheto comemorativo escrito por cordelistas da Paraíba. Os membros que colaboraram com o projeto recitaram suas estrofes durante a celebração.
Interessante, durante o evento os poetas que se apresentavam mencionavam
o nome de Oliveira de Panelas. “Eles diziam que seus pais e avós eram grandes fãs
e admiradores dele”. Mesmo que Oliveira não tenha visto o dilúvio, ele com
certeza pisou na lama!
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Com o passar do tempo, as lembranças vivas de momentos vibrantes se
tornam como fios na memória. Oliveira de Panelas é um nome que ecoa no passado e no presente,
sua poesia inspirou gerações de avôs e pais. Como um hino eterno, sua história
é contada novamente em risos. As poesias permaneceram como pegadas, mesmo que o
tempo possa apagar os caminhos que trilhamos.