Por Feliphe Rojas
A Câmara Municipal de João
Pessoa (CMJP) concedeu o Título de Cidadania Pessoense à ministra do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes. A honraria foi
proposta pelo vereador Humberto Pontes (Avante), e entregue em sessão solene,
na manhã desta sexta-feira (29), no auditório do Tribunal Regional do Trabalho
da Paraíba (TRT-PB), onde a magistrada participou da abertura do Abril Verde
Paraíba 2019 evento sobre segurança do trabalho.
Humberto comentou que, desde
que assumiu seu mandato na CMJP, sempre se preocupou em levar à população a
importância do “Abril Verde”, iniciativa que dedica o mês às discussões,
conscientização e prospecção de políticas públicas referentes à segurança do
trabalho e das doenças ocupacionais.
“A ministra é coordenadora
nacional do ‘Programa Trabalho Seguro’. Ela tem uma atuação direcionada a esta
bandeira, que é bastante defendida pelo nosso mandato, e é uma liderança
nacional totalmente envolvida nesse tipo de ação. Então, nada mais justo do que
o reconhecimento unânime dos vereadores de João Pessoa desse trabalho, que
deságua na vida de cada um dos trabalhadores brasileiros, inclusive os
pessoenses”, comentou Humberto Pontes.
Com 66 anos, a mais nova
cidadã pessoense nasceu em Pontalina, cidade do interior de Goiás, em 1º de
março. Atuou como doméstica, vendedora em loja automotiva e advogou por 30
anos. “A sensação é de que está havendo um coroamento do trabalho que fiz
durante toda minha vida, pensando no coletivo, algo que tem bastante em comum
com a política, que é uma representação do povo. Estou lisonjeada. Fico muito
feliz e agradecida a todo o povo de João Pessoa e aos 27 vereadores,
representantes dessa população”, agradeceu a ministra.
O recado que a magistrada
deixou, dedicado principalmente às causas feministas, foi o de que as mulheres
não esqueçam da tortura que o preconceito causa, diariamente, nas mais simples
situações. Ela pediu para que homens e mulheres lutem contra tais brutalidades.
“Não podemos esquecer que
somos vítimas, todo dia, de algo que acontece naturalmente, nas mínimas e mais
sutis atitudes. A legislação da Organização Internacional do Trabalho garante,
desde 1951, antes do meu nascimento, a mesma remuneração entre homens e
mulheres para igual trabalho. Até hoje, isso é algo que não é efetivado. Essa
igualdade é garantida na Constituição Federal, no Código Civil de 2012, e em
diversas normas internacionais”, informou, Delaíde Alves Miranda, chamando a
sociedade para fazer valer a justiça, também, nas relações de trabalho.
Em 2011, Delaíde foi
indicada em lista sêxtupla pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para ocupar
uma vaga de ministra do TST, tendo seu nome votado em lista tríplice pelos
membros do tribunal e, por fim, sendo escolhida pela então presidenta do
Brasil, Dilma Rousseff.