Os primeiros sensores que farão o
monitoramento para prevenção de deslizamentos de terra em Salvador foram
instalados ontem, à tarde, na encosta localizada no Largo do Santo Antônio Além
do Carmo. No total serão 100 prismas — pequenos refletores circulares de laser,
com 8 a 10 centímetros de diâmetro — que funcionam como sensores que registram
a movimentação do solo e enviam as informações para uma Estação Total
Robotizada (ETR) que será instalada sobre a caixa d’água do Hospital Naval do
Comércio, situado em frente à encosta.
“Este equipamento faz parte de um
conjunto de equipamentos que está sendo instalados pela cidade. Primeiro foram
instalados 15 pluviômetros para medir a intensidade de chuvas e este aqui vai
identificar alguma movimentação de deslizamento de massa. Para se ter uma idéia
da precisão deste equipamento, se a terra mexer um milímetro ele vai acusar e
informar à ETR que, via internet, enviará a mensagem para a sede do Centro
Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em São
José dos Campos (SP), que redistribuirá os dados para os técnicos da Defesa
Civil (Codesal), que poderão remover as pessoas da área de riscos”,
explica Luiz Edmundo Campos, professor
do curso de Engenharia da Escola Politécnica da Ufba, que acompanhou a
instalação dos primeiros prismas.
Os sensores serão distribuídos ao longo
da encosta e também em residências que ficam no morro, localizado sobre o Túnel
Américo Simas, que liga o Aquidabã ao Comércio. Técnicos do (Cemaden) estão
mapeando os pontos que receberão os sensores e conversando com os moradores da
região sobre os equipamentos e a tecnologia de prevenção de deslizamento do
solo, iniciativa que poderá salvar vidas. São nove ETRs instaladas no Brasil e
esta é a primeira na capital baiana.
“A Codesal está dando o apoio e o pessoal
contratado pelo Cemaden prever que em duas semanas todos os sensores estejam
instalados. Ainda vem uma terceira etapa que botar medidores de umidade do solo
para verificar como a água está penetrando na terra. Isto completa esta
movimentação para estudos que vão ajudar a entender melhor o comportamento de
deslizamentos da terra para fazer obras mais econômicas e adequadas. Enquanto a
obra não vem, será possível proteger a população de, caso haja possibilidade de
deslizamento, avisando para que ela se retire até sanar o risco e poder voltar
para o local”, pontuou Luiz Edmundo Campos.
Em Salvador, o local onde os equipamentos
estão sendo instalados foi escolhido pelo Cemaden, órgão do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), porque fica na falha geológica que
separa a Cidade Alta da Cidade Baixa. O sistema custa R$ 300 mil, além dos
custos com transmissão de dados via internet. “Este é um plano piloto, um teste
ainda, mas existe a possibilidade de tentar estender para outras áreas”,
adiantou o geólogo Marcelo Oliveira, da Codesal.
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