Frequentadores
das praias de Cabo Branco, Tambaú e Intermares, além das demais praias do
litoral paraibano, devem tomar cuidado ao entrar na água para não serem pegos
de surpresa com as águas vivas. O alerta é da bióloga Luciana Alcântara da
Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa.
Segundo
a bióloga, a aparição de águas-vivas durante o verão é um fenômeno natural em
praticamente todo o litoral brasileiro porque essa é a época de reprodução
delas. "São animais que apresentam substâncias urticantes nos tentáculos
que provocam queimaduras intensas e o motivo delas se aproximarem muito das
praias é por causa da diminuição de tartarugas marinhas, que se alimentam de
águas-vivas", disse Luciana explicando que a diminuição de tartarugas
acontece por causa da pesca predatória e da poluição do mar.
A
chegada em grande número de águas-vivas na praia também acontece em razão das
mudanças nas correntes marítimas ocasionadas pelo vento, que favorece o
empilhamento delas nas praias. Por este motivo, os banhistas devem redobrar a
atenção onde existem muitas algas marinhas que encobrem as águas vivas. "O
melhor é evitar o banho de mar neste período", alerta a bióloga.
A
moradora da avenida Cabo Branco, Rosane Silva, revelou ontem que há três meses
está presenciando os pescadores daquela praia trazendo as redes lotadas de
águas-vivas e abandonando elas na orla. "Eu já pedi aos pescadores que
levassem esses animais para a areia seca, próxima à calçadinha, para que elas
não voltem ao mar. A prefeitura deveria lançar uma campanha educativa neste verão
para os pescadores jogarem as águas vivas que eles trazem na rede de arrasto,
na areia seca, porque as principais vítimas são as crianças.
Vítimas
de águas vivas devem buscar tratamento no Hospital de Trauma. Segundo o
cirurgião plástico da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital de Trauma,
Saulo Montenegro, durante esta época é necessário que os frequentadores e
banhistas das praias pessoenses tomem muito cuidado principalmente com as
crianças. O motivo é que o aumento da temperatura dos oceanos beneficia a
chegada das águas-vivas e caravelas nas praias, aumentando os riscos de
acidentes com banhistas.
As
águas-vivas e caravelas são animais marinhos cobertos por células que injetam
toxinas. O veneno, que serve para paralisar a presa, não é fatal aos seres
humanos, mas provoca dores, fisgadas, irritações na pele, cãibras e sensação de
fortes queimaduras.
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