Por Aline de Melo Pires
Por
MPT/Campinas
O
Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) celebraram nessa terça-feira (04/06) um Termo de Cooperação Técnica
para o desenvolvimento e implementação de um aplicativo e de um website do
projeto “Trabalho Sem Assédio”, que consistem em ferramentas educativas para
combater a violência e os assédios moral e sexual no trabalho.
O
evento de assinatura aconteceu no auditório do edifício-sede do MPT, em
Campinas, com a presença do procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos
Pereira, da coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, da
procuradora-chefe do MPT em Campinas, Alvamari Cassillo Tebet, da
procuradora-chefe do MPT em São Paulo, Vera Lúcia Carlos, e da coordenadora
nacional da Coordigualdade (Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de
Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho), Danielle Olivares
Correa, dentre outras autoridades.
O
app e o website estão em fase final de desenvolvimento pela Unicamp, sob
orientação do MPT, com o apoio técnico da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O projeto
“Trabalho Sem Assédio” tem como finalidade trazer informações para
conscientizar trabalhadores, empresas, poder público e sociedade civil sobre a
importância da prevenção e combate à violência, discriminação e assédio no
trabalho, além de recomendar mecanismos de proteção e denúncia.
“Essa
ferramenta será uma forma de sensibilização social, porque trará informações
importantes sobre o conceito de assédio, para que as pessoas identifiquem se
estão em uma situação de violência. Além disso, o aplicativo e o site trarão os
canais de denúncia. O lançamento desse projeto vem em boa hora, no momento
histórico vivido pelo Brasil relativo ao processo de ratificação da Convenção
190, o que demonstra a força da sociedade no sentido de combater todo tipo de
violência”, explicou Danielle Olivares Corrêa, referindo-se à norma da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) que reconhece violência e assédio
no trabalho como violações. O processo de ratificação pelo Brasil teve início
em abril de 2023. Uma vez ratificada, a norma internacional tem força de lei no
país.
A
partir da assinatura, as instituições se comprometem a desenvolver ações
conjuntas que vão além da criação do aplicativo e do website informativo,
passando por fomentar a realização de campanhas de conscientização, a promoção
de eventos e de cursos de capacitação sobre o tema.
“Não é apenas um acordo de cooperação técnica entre o Ministério Público do Trabalho e a Universidade Estadual de Campinas. Para nós, da Unicamp, representa um marco na luta contra a violência, a discriminação e o assédio, unindo o conhecimento de renomadas instituições para combater esse problema que assola o mundo do trabalho”, disse a coordenadora-geral da universidade, Maria Luiza Moretti.
“O
Ministério Público do Trabalho, na sua tentativa sempre válida de combater os
ilícitos, vai expor toda a sociedade a essa provocação. O assédio será repetido
se não houver o devido combate e, por isso mesmo, deve ser denunciado. O
aplicativo será uma ferramenta facilitadora de denúncias, a fim de que a
prática seja combatida e devidamente punida. Existe um campo enorme de
violência no âmbito do trabalho, por isso, só tenho a agradecer essa importante
parceria”, afirmou José de Lima Ramos Pereira, procurador-geral do MPT.
Por
meio do termo, as instituições se comprometem a fornecer recursos humanos e
materiais para a manutenção do projeto, além de manter regular comunicação e prestação
de contas dos resultados obtidos. Os signatários se responsabilizarão pelo
sigilo das informações e pelo devido tratamento dos dados pessoais, de acordo
com o previsto na Lei nº 13.709/18 – Lei Geral de Proteção de Dados. O
compartilhamento e tratamento desses dados para fins de estudo e pesquisa ficam
condicionados à comprovação do enquadramento à lei vigente, sendo realizado
apenas dentro da instituição de pesquisa e estritamente com essa finalidade,
respeitando-se o sigilo e a confidencialidade.
“É
um trabalho que foi motivado justamente na busca da prevenção e combate às
violências, discriminações e assédio. É um produto no qual acreditamos muito,
pois produzirá um impacto muito positivo no combate a essas mazelas, e
esperamos que também traga uma contribuição para o processo de ratificação da
Convenção 190”, afirmou a procuradora Valdirene Silva de Assis, membra do grupo
de trabalho que idealizou o projeto “Trabalho Sem Assédio”.
“O
aplicativo será voltado para todos os brasileiros e, tal como o site, será
totalmente gratuito. Será uma ferramenta para as pessoas que não têm voz ou
escudo, que não sabem o que é ou deixa de ser um processo de assédio ou
discriminação, seja pela cor da pele, seja porque não tem grande capital
social”, finalizou o professor e pesquisador da Unicamp José Roberto Heloani,
que coordenou o acordo de cooperação pela universidade.
O app estará disponível em breve na loja virtual Google Play, para celulares com sistema operacional Android.
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