terça-feira, 28 de outubro de 2025

Desinteresse dos jovens em pesca e fazer rede artesanal podem causar desaparecimento dessa prática.


Por Laercio Silva

Jornalista especializado em segurança no trabalho, ergonomia aplicada e higienista ocupacional.

Atualmente, existem cerca de 800 pescadores artesanais registrados na colônias de pescadores em João Pessoa. Essa profissão, que acompanhei ao longo da minha vida, perdeu o prestígio que tinha no passado. As novas gerações estão desinteressadas em seguir esse caminho, enquanto os mais experientes enfrentam o tempo e problemas de saúde relacionados à idade. Segundo o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2023–2024, elaborado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), essa forma de pesca artesanal representa 50% da produção marinha do país. Em 2024, o setor artesanal alcançou recordes de desembarque, contabilizando mais de 280 mil toneladas capturadas. Contudo, nas comunidades tradicionais de João Pessoa, o entusiasmo pela atividade tem diminuído, conforme observa John Early, conhecido como “Fumacinha”, presidente da Colônia de Pescadores Z-3. No Brasil, a expectativa é que a profissão continue a encolher, com cada vez menos pessoas desejando ser pescadores. Filhos de pescadores estão optando por outras carreiras. Mesmo com melhorias nas técnicas de pesca, não motivação para a continuidade dessa tradição, e mesmo com barcos disponíveis, falta mão de obra. A pesca artesanal, assim como a agricultura familiar, existe em diversas partes do mundo. Hoje em dia, os pescadores contam com equipamentos modernos, como GPS, algo que não acontecia no passado, quando se orientavam pelas estrelas e pela terra. Para muitos jovens, a atividade é desvalorizada, e os trabalhadores são frequentemente vistos de maneira negativa, chamando-os de “cachaceiros”, esquecendo-se de sua importância para a economia do Brasil. Um pescador que se preze sabe que uma tarrafa de qualidade é feita à mão. Entretanto, encontrar artesãos dispostos a dedicar dias ou até semanas para confeccionar esse tipo de equipamento tem se tornado cada vez mais raro. A habilidade de costurar ou remendar o tradicional petrecho de pesca está desaparecendo, assim como o interesse dos mais jovens por essa prática. Todo o trabalho é feito manualmente, com um ajuste e costura meticulosos.

Curiosidades 

A Paraíba possui 138 quilômetros de litoral, indo da cidade de Mataraca, no norte, até Pitimbu, no sul em João Pessoa totaliza 24 quilômetros.

Estados com mais mulheres pescadoras do que homens pescadores, Bahia 68%, Sergipe 62%, Maranhão 56% e Pernambuco 55%.

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