sábado, 22 de junho de 2013

Acidentes de Trabalho: Parceria de policiais e Auditores-Fiscais em Delegacia Especializada

  
Delegacia de investigação de acidentes de trabalho fica em Caxias do Sul (RS). Atuação da polícia é feita em conjunto com os Auditores-Fiscais do Trabalho e Procuradores do Trabalho. 

Desde o começo do ano passado, Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, conta com uma Delegacia Especializada na investigação de acidentes de trabalho. A iniciativa é pioneira no  Estado e já tem 53 inquéritos policiais instaurados. Desses, 22 estão concluídos e encaminhados ao Fórum. Os demais seguem em andamento. 

A atuação da polícia é feita em conjunto com os Auditores Fiscais do Trabalho e Procuradores do Trabalho e contribui para agilizar a investigação desses acidentes e a punição dos culpados. A iniciativa é resultado de um convênio entre o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, Ministério Público do Trabalho e Polícia Civil. 

“A parceria contribuiu para se fazer Justiça, com a criminalização dos responsáveis. Somente a atuação administrativa da fiscalização trabalhista não é suficiente para fazer o empregador mudar de ideia. Quando parte para a esfera criminal a coisa funciona mais rápido”, atesta o Auditor-Fiscal do Trabalho Ricardo Brand, de Caxias do Sul. 

Quando a polícia recebe a informação que ocorreu um acidente fatal, já liga para os Auditores-Fiscais do Trabalho e, simultaneamente, eles fazem a investigação e a fiscalização trabalhista faz a análise. “A polícia ajuda a preservar o local do acidente, facilitando a análise pela fiscalização trabalhista, bem como o recolhimento de provas materiais, que contribuirão para a avaliação do acidente”, explica Ricardo Brand. Quando se trata de acidentes graves, o trabalho da fiscalização é feito posteriormente, mas a polícia sempre avisa. 

Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Flores da Cunha, Farroupilha, Gramado, Canelas, e Vacaria, são cidades polo, nas quais ocorre o maior número de acidentes de trabalho no Rio Grande do Sul. Nessas cidades está concentrado um pesado parque industrial: indústrias metalúrgicas e moveleiras, além da construção civil, que cresceu muito nos últimos anos. 

Em 2012, ocorreram 21 acidentes fatais nesta região. A maioria na construção civil, os demais foram em metalúrgicas, frigoríficos e supermercados. Em 2013, já foram contabilizados 10 acidentes fatais. O mais recente ocorreu no dia 14 de maio. Desse total, três foram na construção civil. Os demais em indústrias e frigoríficos. 

De acordo com Ricardo Brand, como no restante do país, o RS conta com poucos Auditores-Fiscais do Trabalho para fazer a fiscalização, daí a necessidade de buscar reforço junto a outros órgãos para coibir os acidentes de trabalho. “Junto com o MPT, fizemos com que a polícia participasse e passasse a ter outra visão do acidente de trabalho. Agora eles não atribuem mais a culpa ao empregado”, informou. 

Caso

Os casos de acidentes de trabalho estão centralizados na 1ª DP, sob responsabilidade do delegado Vitor Carnauba. Conforme o delegado, há pelo menos três crimes que podem resultar de acidentes de trabalho: homicídio culposo, lesão corporal ou periclitação de vida e saúde, quando a vida de alguém é colocada em perigo. “Para a polícia era muito difícil entender um acidente de trabalho, porque há uma série de regras que as empresas precisam seguir que não tínhamos conhecimento. Agora, conseguimos valorizar nosso inquérito e ampliar a visão que tínhamos sobre acidente de trabalho. Assim, ampliamos a proteção ao trabalhador. É como quando você dirige um carro, além da conduta, tem que ter pneus em dia, freios em boas condições”, explica Carnauba. 

O delegado acredita que quase todos os acidentes de trabalho poderiam ser evitados. 

Ações e inquéritos

Com base no relatório da análise de acidentes feito pelos Auditores-Fiscais do Trabalho o Ministério Público do Trabalho move ações judiciais e a Advocacia Geral da União entra com ações regressivas para ressarcir os gastos do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Neste modelo, o empregador ressarce a Previdência Social pelos recursos que já foram destinados ao empregado ou dependentes, como o benefício devido ao trabalhador afastado por acidente de trabalho. 

Com informações do Clic RBS.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...