O
Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), abriu nesta
terça-feira (4), na sede da SES, a programação do Abril Verde. O evento, que
acontecerá ao longo do mês, é alusivo ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de
Acidentes e Adoecimento no Trabalho, lembrado em 28 de abril.
Estiveram
presentes na cerimônia de abertura representantes do Ministério Público do
Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho, Associação dos Engenheiros de
Segurança do Trabalho, Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho, SINTTEL, Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador da Paraíba (Cerest-PB), CUT Central Única dos Trabalhadores, além da
secretária de estado da Saúde, Claudia Veras.
Na
ocasião, foi lembrado que milhões de brasileiros sofrem acidentes anualmente e
outras centenas de milhares morrem no exercício do trabalho. A diretora do
Cerest-PB, Celeida Barros, lembrou que existe a subnotificação dos números.
“Muitas vezes corremos o risco de achar que houve uma queda nos acidentes e
óbitos relacionados ao exercício do trabalho, o que não é verdade. O que existe
é uma subnotificação dos acidentes, pois a Previdência só computa dados de quem
trabalha formalmente, e sabemos que existe um grande número de pessoas saindo
da área formal para a informalidade, devido à situação econômica delicada
vivida no país”, explicou.
Celeida
lembrou ainda que durante todo o mês serão realizadas nos municípios de João
Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira, diversas atividades relacionadas ao
tema, como palestras, rodas de conversa e oferta de serviços de saúde. “Dia 2
estaremos no Espaço Cultural com uma feira de serviços sobre trabalho e
cidadania, onde as pessoas podem tirar a carteira de identidade, CPF, cartão do
SUS, cadastro único, além dos serviços de saúde, como vacinação e verificação
de pressão”, disse.
A
secretária de saúde da Paraíba, Claudia Veras, lembrou que o Governo do Estado
já vem realizando um trabalho de prevenção às doenças e acidentes de trabalho,
por meio do Cerest-PB. Claudia ressaltou também os desafios enfrentados. “Essa
atividade de hoje congrega todo o trabalho quem vem sendo desenvolvido pelo
Cerest-PB, e todas essas questões, na verdade, já vem sendo trabalhadas pelo
governo do estado. Pensamos nas pressões sob o ponto de vista da
responsabilidade que temos, o que precisamos produzir, e lembramos que ainda
existe um recorte de gênero que precisa ser reconhecido. As mulheres, além da
sobrecarga de trabalho, ainda tem uma sobrecarga de trabalho doméstico,
recebendo na maioria das vezes um salário menor do que o dos homens, exercendo
a mesma função. Que a gente tenha uma visão sobre todos esses pontos”, disse.
A
secretária de saúde do Estado falou ainda sobre a importância dos órgãos e
empresas terem uma preocupação quanto à saúde do trabalhador. “Devemos mapear a
situação sob o ponto de vista do que a gente pode trazer para as empresas, para
que possamos cumprir nossa responsabilidade com relação a isso. Que todos
possam ter esse olhar de cuidado, cumprindo com as responsabilidades e
compromissos que a gente tem na Saúde Publica da Paraíba, logicamente, uma
parcela importante é relacionada à saúde do trabalhador”, concluiu Claudia
Veras.
Segundo
dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT), a cada 15 segundos um
trabalhador morre por acidente ou doença profissional, chegando à soma de mais
de dois milhões seres humanos mortos por ano. Ainda segundo a OIT, cerca de 320
mil pessoas morrem a cada ano em consequência de acidentes no trabalho; 160
milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas ao trabalho; 317
milhões de acidentes laborais não mortais ocorrem a cada ano; a cada 15
segundos, um trabalhador morre de acidente ou doença relacionada ao trabalho; a
cada 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente laboral.
De
acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Paraíba, a
cada hora três trabalhadores são afastados de suas atividades por doenças ou
acidentes relacionados ao trabalho. Para
a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Marcela Asfora, deve-se
ressaltar a importância da prevenção. “Diante dos milhares de acidentes de trabalho
verificados anualmente no nosso país, é importante a conscientização de
empregados e empregadores para adequação do meio ambiente de trabalho, buscando
assim evitar novos acidentes e doenças ocupacionais. Devemos mostrar ao
trabalhador a importância da prevenção, de primar pela sua saúde e segurança.
As doenças ocupacionais são silenciosas, e podem demorar meses, até anos para
se manifestar. Saúde é o nosso maior bem e devemos primar por ela”, disse
Marcela.
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