José Edmilson, diretor da
unidade de João Pessoa da Ambientec, empresa de biossegurança, afirma que os
protocolos de proteção estão renovando a filosofia empresarial e o perfil
profissional dos colaboradores.
A cultura de biossegurança é
parte fundamental no trabalho de empresas de diferentes setores. Esse trabalho,
no entanto, costuma ser notado pela população apenas nos setores de saúde ou em
empresas que atuam com produtos sensíveis, sejam na indústria química ou na
alimentícia.
Até o aparecimento do novo
coronavírus, no fim de 2019, uma ida a um hotel ou restaurante, por exemplo,
não despertava no cliente nenhum cuidado especial para proteger sua saúde.
Esse comportamento mudou
drasticamente. A letalidade e rápida disseminação do Covid-19 abriu os olhos da
sociedade para os riscos representados pelos vírus e, sobretudo, para a
importância da biossegurança. Em casa, na rua ou em qualquer lugar, o contato
com superfícies e produtos – ou até mesmo uma conversa a uma curta distância –
representa uma série de perigos.
Se antes isso passava
despercebido, hoje não mais. No Brasil, a pandemia já matou mais de 88 mil
pessoas, colocando o país na segunda posição mundial com o maior número de
casos e mortes por Covid-19, permanecendo atrás apenas dos Estados Unidos. O
reflexo da falta de medidas de controle do vírus em território brasileiro está
cristalizado e documentado pelas vidas perdidas e um prejuízo econômico de
cifras incalculáveis.
“Enquanto não há uma vacina
contra o novo coronavírus, o único remédio que temos é a
biossegurança”, considera
José Edmilson, diretor da Ambientec de João Pessoa, empresa de biossegurança
que lançou o programa BIO 19, que reúne protocolos de biossegurança contra o
Covid-19. “Estamos ajudando muitas empresas, principalmente do trade turístico,
a se prepararem para retomar as atividades com segurança a todos”, diz ele.
Trade
turístico
Responsável pela implantação
de protocolos em empresas de diferentes setores econômicos, a Ambientec afirma
que aumentou o número de empresas do trade turístico em busca do serviço nesta
pandemia. “Implantamos em hotéis, agências de viagens, operadoras de turismo,
bares e restaurantes”, especifica José Edmilson.
O investimento em
biossegurança significa um diferencial esperado pelos clientes, assegura ele. “Sem
segurança o hóspede não frequentará mais o hotel, por exemplo. A pandemia mudou
a percepção e o comportamento das pessoas. Todos esperam que o ambiente que
irão frequentar com suas famílias de agora em diante tenham os protocolos de
biossegurança”.
Check’in no hotel com os
protocolos exigidos.
Edmilson observa que a
biossegurança está melhorando nas pequenas empresas com a ajuda do programa
Sebraetec, do Sebrae, que incentiva e dá suporte para a inovação em empresas
com faturamento de até R$ 4,8 milhões por ano. “O programa Sebraetec é nacional
e subsidia 70% do valor por conta da pandemia”, explica ele.
O especialista diz que a
implantação de protocolos de biossegurança leva de três a quatro semanas para
ser concretizada, a depender das particularidades e finalidades do ambiente.
“Cada espaço requer um
checklist diferente. No hotel será um, no transfer será outro, no passeio de
kattamaran, outro… O nosso trabalho é fazer um diagnóstico, elaborar os
protocolos, procedimentos e treinamentos. Neste momento o trabalho se baseia em
quatro pilares: distanciamento social, proteção respiratória, higienização das
mãos e assepsia dos ambientes”, explica.
O especialista ressalta que
a capacitação é uma parte essencial do trabalho e lembra que os colabores serão
os responsáveis pela aplicação cotidiana. “A consagração da cultura de biossegurança
depende do treinamento dos funcionários. Os protocolos sempre foram muito
fortes na área da saúde a agora começam a se fortalecer em todos os mercados”.
No horizonte, quando a
pandemia acabar, muitos aprendizados ficarão, vislumbra Edmilson. “A minha
perspectiva é que esse conhecimento de prevenção faça parte de todas as
empresas. A cabeça do empresário mudou, o funcionário mudou e o cliente mudou.
A sociedade não voltará a ser a mesma e a biossegurança já é uma conquista
permanente”.
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