A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), divulgou nesta quarta-feira (13/12) um alerta à população em relação ao calor extremo previsto para os próximos dias no Rio Grande do Sul. A elevação das temperaturas pode desenvolver problemas de saúde, por isso é preciso redobrar os cuidados. Trabalho a céu aberto, idosos, crianças e gestantes são alguns dos grupos com maior risco.
Outro alerta foi lançado
mais específico aos serviços e profissionais de saúde, com considerações sobre
estrutura dos espaços e em relação ao atendimento a pacientes.
No âmbito da saúde, é
considerado calor extremo quando a temperatura do ar fica mais alta que a
temperatura média do corpo humano (em torno de 36,5°C). Conforme o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), uma massa de ar quente ganha força nos
próximos dias em grande parte do centro-sul do Brasil, com destaque para as
temperaturas máximas do fim de semana, que podem passar dos 40°C.
Nessas situações, o corpo
tenta fazer ajustes para regular a temperatura interna pelo suor e aumento das
batidas do coração e da pressão arterial. Isso pode ocasionar quadros de
cansaço, dificuldade para respirar e alteração na frequência e volume de urina.
O calor, inclusive, pode levar à morte em virtude de ataques cardíacos e
derrames causados pelo esforço de tentar manter a temperatura corporal estável.
Impactos na saúde
Os principais impactos das
ondas de calor sobre a saúde são exaustão, tontura, desmaios, dor de cabeça,
náuseas, cólicas, brotoejas pelo corpo e inchaços, principalmente nos
tornozelos, pés e mãos. Para evitar estes problemas, os cuidados que podem ser
adotados em casa ou no ambiente externo são: ter sempre uma garrafinha de água
por perto; caso tenha dificuldade em ingerir água, saborizar a água com rodelas
de limão, laranja ou hortelã, por exemplo; utilizar alarmes ou aplicativos que
enviam avisos sonoros para lembrar de tomar água; consumir mais frutas,
verduras e legumes; e não substituir a água por néctares, sucos ou
refrigerantes.
Outras sugestões são tomar
banhos gelados, usar ventiladores e evitar exercícios físicos ao ar livre em
horários muito quentes.
A recomendação é que a
pessoa busque atendimento médico se não se sentir bem ou se apresentar náuseas,
taquicardias, tonturas, sensação de desmaio ou queimaduras solares. São grupos
de maior risco crianças e idosos, assim como pessoas em condições específicas
de saúde, como gestantes, pessoas com pouco condicionamento físico ou
sobrepeso, com doenças crônicas, com deficiência mental ou problemas de saúde
mental e acamados. Condições de moradia (com difícil acesso à água potável, em
instituições de longa permanência, privadas de liberdade ou em situação de rua)
e de trabalho (ao ar livre ou em ambientes fechados sem refrigeração ou
ventilação adequadas) também podem gerar maior chance de problema com o calor.
Recomendações à população:
Beber água ou líquidos
(sem álcool), mesmo que não tenha sede, e oferecer às crianças e idosos.
Preferência para consumo
de alimentos leves e frescos, como saladas e frutas.
Usar de roupas leves,
largas e de cores claras.
Tomar banhos frios com
frequência e antes de dormir.
Abrir as janelas para que
o ar circule, mas, se estiver mais quente fora do que dentro da edificação,
fechá-las.
Utilizar proteção solar
(boné, chapéu, protetor corporal, camisa e óculos UVA/UVB).
Tentar permanecer em áreas
frescas, na sombra ou em ambiente com ar-condicionado.
Evitar toda e qualquer
atividade física durante as horas mais quentes do dia (das 10 às 16 horas).
Não permanecer muito tempo
dentro de um veículo estacionado.
As pessoas que necessitam
se expor ao calor extremo devido ao trabalho podem, como medidas adicionais de
proteção:
Realizar os serviços a céu
aberto ou ao ar livre preferencialmente em turnos com menor incidência solar.
Inserir pausas durante a
jornada de trabalho em locais com sombra para hidratação e descanso.
Usar Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs): vestimentas leves confeccionadas com tecidos
adequados as atividades com exposição ao sol (com proteção contra raios UVA e
UVB), chapéu ou boné.
Usar repelentes tópicos,
pois as temperaturas elevadas e a umidade facilitam a proliferação de
mosquitos, incluindo o Aedes aegypti (transmissor de dengue, zika e
chikungunya).
Onda de calor
Segundo o comunicado do
Inmet, nos próximos dias, com o aumento das temperaturas e a presença de
umidade será comum a formação de áreas de instabilidade, que podem provocar
temporais isolados, com rajadas de vento acima de 70km/h, granizo e chuva
forte, principalmente entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Até a sexta-feira (15),
nem todas as áreas podem ter máximas acima dos 35°C em função da maior
nebulosidade e umidade, entretanto, o tempo fica muito abafado. No domingo
(17), com a aproximação de uma frente fria, é esperado o pico do calor durante
a tarde na maioria das regiões, com a influência do vento quente e úmido de
noroeste, que vai favorecer a ocorrência de temporais.
Na segunda-feira (18), com o deslocamento da frente fria, aumento de umidade e a virada dos ventos de sul a sudeste, as temperaturas sofrem acentuado declínio, cessando a onda de calor, inclusive, trazendo temperaturas amenas para esta época do ano.
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