terça-feira, 19 de março de 2024

Alerta sobre cuidados com a saúde em relação ao calor extremo nos dias atuais

 

Foto Cris Faga/ESTADÃO

A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), divulgou nesta quarta-feira (13/12) um alerta à população em relação ao calor extremo previsto para os próximos dias no Rio Grande do Sul. A elevação das temperaturas pode desenvolver problemas de saúde, por isso é preciso redobrar os cuidados. Trabalho a céu aberto, idosos, crianças e gestantes são alguns dos grupos com maior risco.

Outro alerta foi lançado mais específico aos serviços e profissionais de saúde, com considerações sobre estrutura dos espaços e em relação ao atendimento a pacientes.

No âmbito da saúde, é considerado calor extremo quando a temperatura do ar fica mais alta que a temperatura média do corpo humano (em torno de 36,5°C). Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma massa de ar quente ganha força nos próximos dias em grande parte do centro-sul do Brasil, com destaque para as temperaturas máximas do fim de semana, que podem passar dos 40°C.

Nessas situações, o corpo tenta fazer ajustes para regular a temperatura interna pelo suor e aumento das batidas do coração e da pressão arterial. Isso pode ocasionar quadros de cansaço, dificuldade para respirar e alteração na frequência e volume de urina. O calor, inclusive, pode levar à morte em virtude de ataques cardíacos e derrames causados pelo esforço de tentar manter a temperatura corporal estável.

Impactos na saúde

Os principais impactos das ondas de calor sobre a saúde são exaustão, tontura, desmaios, dor de cabeça, náuseas, cólicas, brotoejas pelo corpo e inchaços, principalmente nos tornozelos, pés e mãos. Para evitar estes problemas, os cuidados que podem ser adotados em casa ou no ambiente externo são: ter sempre uma garrafinha de água por perto; caso tenha dificuldade em ingerir água, saborizar a água com rodelas de limão, laranja ou hortelã, por exemplo; utilizar alarmes ou aplicativos que enviam avisos sonoros para lembrar de tomar água; consumir mais frutas, verduras e legumes; e não substituir a água por néctares, sucos ou refrigerantes.

Outras sugestões são tomar banhos gelados, usar ventiladores e evitar exercícios físicos ao ar livre em horários muito quentes.

A recomendação é que a pessoa busque atendimento médico se não se sentir bem ou se apresentar náuseas, taquicardias, tonturas, sensação de desmaio ou queimaduras solares. São grupos de maior risco crianças e idosos, assim como pessoas em condições específicas de saúde, como gestantes, pessoas com pouco condicionamento físico ou sobrepeso, com doenças crônicas, com deficiência mental ou problemas de saúde mental e acamados. Condições de moradia (com difícil acesso à água potável, em instituições de longa permanência, privadas de liberdade ou em situação de rua) e de trabalho (ao ar livre ou em ambientes fechados sem refrigeração ou ventilação adequadas) também podem gerar maior chance de problema com o calor.

Recomendações à população:

Beber água ou líquidos (sem álcool), mesmo que não tenha sede, e oferecer às crianças e idosos.

Preferência para consumo de alimentos leves e frescos, como saladas e frutas.

Usar de roupas leves, largas e de cores claras.

Tomar banhos frios com frequência e antes de dormir.

Abrir as janelas para que o ar circule, mas, se estiver mais quente fora do que dentro da edificação, fechá-las.

Utilizar proteção solar (boné, chapéu, protetor corporal, camisa e óculos UVA/UVB).

Tentar permanecer em áreas frescas, na sombra ou em ambiente com ar-condicionado.

Evitar toda e qualquer atividade física durante as horas mais quentes do dia (das 10 às 16 horas).

Não permanecer muito tempo dentro de um veículo estacionado.

As pessoas que necessitam se expor ao calor extremo devido ao trabalho podem, como medidas adicionais de proteção:

Realizar os serviços a céu aberto ou ao ar livre preferencialmente em turnos com menor incidência solar.

Inserir pausas durante a jornada de trabalho em locais com sombra para hidratação e descanso.

Usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): vestimentas leves confeccionadas com tecidos adequados as atividades com exposição ao sol (com proteção contra raios UVA e UVB), chapéu ou boné.

Usar repelentes tópicos, pois as temperaturas elevadas e a umidade facilitam a proliferação de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti (transmissor de dengue, zika e chikungunya).

Onda de calor

Segundo o comunicado do Inmet, nos próximos dias, com o aumento das temperaturas e a presença de umidade será comum a formação de áreas de instabilidade, que podem provocar temporais isolados, com rajadas de vento acima de 70km/h, granizo e chuva forte, principalmente entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Até a sexta-feira (15), nem todas as áreas podem ter máximas acima dos 35°C em função da maior nebulosidade e umidade, entretanto, o tempo fica muito abafado. No domingo (17), com a aproximação de uma frente fria, é esperado o pico do calor durante a tarde na maioria das regiões, com a influência do vento quente e úmido de noroeste, que vai favorecer a ocorrência de temporais.

Na segunda-feira (18), com o deslocamento da frente fria, aumento de umidade e a virada dos ventos de sul a sudeste, as temperaturas sofrem acentuado declínio, cessando a onda de calor, inclusive, trazendo temperaturas amenas para esta época do ano.

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