Na
Rússia foi desenvolvido um aparelho original para comunicações entre
resgatadores de montanha. Ele permite manter a ligação debaixo de terra através
da rocha a uma distância de mais de 6 quilômetros.
De
acordo com os testes realizados, o alcance máximo das comunicações através de
minas, se nelas estiverem instalados cabos e um circuito de ligação à terra,
foi de 6,1 mil metros. Em linha reta, através da rocha e sem existirem cabos
nem estruturas metálicas, o alcance foi de 1200 metros.
Segundo
informou o Ministério de Situações de Emergência, o dispositivo
transmissor-receptor funciona com base no sistema de radiocomunicação móvel de
ondas médias. Sua função principal é a recepção e a transmissão de informações
de emergência no subsolo.
O
trabalho dos mineiros, apesar do progresso tecnológico, continua sendo difícil
e perigoso. A lista fatídica dos grandes acidentes com vítimas humanas em minas
dos diversos países está sempre aumentando.
Os
primeiros a vir em auxílio dos mineiros em dificuldades são os resgatadores de
montanha. A eficácia do seu trabalho depende em muito da coordenação das ações.
A importância do novo dispositivo é difícil de sobrestimar, refere o
vice-diretor do Instituto de Mineração Maxim Rakhutin:
“Como
no subsolo as ondas de rádio não se propagam, as comunicações são feitas
através de telefones fixos localizados nas zonas de extração ou nos túneis. Se
não houver um telefone por perto é impossível comunicar. Se o supervisor ou o
resgatador tiverem estes dispositivos, haverá informação operacional. Isso
tornará o trabalho nas minas mais seguro e irá ajudar em casos de acidente.”
A
segurança continua sendo a maior preocupação para a mineração do carvão. Por
cada tonelada de carvão é preciso pagar um preço demasiado elevado. Os acidentes,
em primeiro lugar os provocados por libertações imprevisíveis de metano,
ocorrem com uma frequência assustadora nos EUA, na China, nos países da América
Latina, na Rússia e na Ucrânia. O recente acidente numa mina perto da cidade de
Soma, na Turquia, ceifou as vidas a mais de 300 pessoas.
Para
reduzir os riscos são necessárias novas tecnologias e novos equipamentos. Um
papel não menos importante é a higiene e segurança no trabalho, assim como a
desgaseificação atempada, refere Maxim Rakhutin:
“Agora
nós dedicamos uma especial atenção à segurança no trabalho. Apesar dos
acidentes que ocorrem, os equipamentos das minas são dos mais modernos, os
dispositivos de segurança, os sensores, são modernos. Uma outra questão é que
nem sempre é cumprida a disciplina tecnológica e frequentemente, por razões
psicologicamente compreensíveis, as pessoas violam as regras.”
Na
opinião do perito, é necessário acelerar o avanço das tecnologias de extração
de gases associados. Na Rússia estão se desenvolvendo ativamente as tecnologias
de extração de metano das camadas de carvão.
Na bacia carbonífera de Kuznetsk
(Kuzbass) esse trabalho é desenvolvido pela Gazprom, e ele promete um bom
retorno econômico porque as reservas desse gás são enormes. Apenas no Kuzbass
elas são superiores a 10 trilhões de metros cúbicos. Na bacia de Kuznetsk são
típicas as grandes camadas planas e a sua profundidade relativamente pequena.
Um
caso diferente é o do Donbass – a bacia carbonífera do Don, na Ucrânia. Aqui as
condições de extração do carvão são muito difíceis. Como as camadas são finas e
ricas em metano, nem sempre se podem usar máquinas. Por isso no Donbass
continuam a existir lavras onde se trabalha ainda com britadeiras manuais, como
nos anos 30 do século passado.
Contudo,
as regras de segurança industrial nas minas da Rússia e da Ucrânia são
semelhantes. Foram introduzidas normas únicas nos países da Comunidade de
Estados Independentes relativamente às máquinas de mineração. O novo sistema de
comunicações para resgatadores poderá, depois de efetuados rigorosos testes de
funcionamento nas diferentes condições existentes em minas de carvão, ser
aplicado não apenas na Rússia, mas também na Ucrânia. Não é de excluir que ele
possa também interessar à China.
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