O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho –
Sinait e a Delegacia Sindical do Sinait no Maranhão repudiam veementemente a
violência, a humilhação e o constrangimento aos quais foram submetidos dois
Auditores-Fiscais do Trabalho quando se encontravam em ação fiscal de combate
ao trabalho infantil e de proteção ao adolescente no município de Peritoró
(MA), ao mesmo tempo em que exigem providências das autoridades para averiguar
o ocorrido e punir os responsáveis pelo abuso de poder.
A violência foi perpetrada por agentes da
Polícia Militar e da Polícia Civil, que, ao invés de dar apoio à ação fiscal,
como é comum em todo o país, questionaram a presença dos Auditores-Fiscais no
município e a fiscalização de combate ao trabalho infantil propriamente dita.
A abordagem foi feita dentro das dependências
do Conselho Tutelar de Peritoró, quando os Auditores-Fiscais acompanhavam o
pagamento de rescisões contratuais de adolescentes afastados do trabalho
irregular.
Mesmo depois da apresentação da identidade
funcional exigida pelos policiais, os Auditores-Fiscais passaram pelo
constrangimento de ter seu veículo revistado na frente de populares e pela
humilhação de serem conduzidos ao Distrito Policial, separadamente, colocados
sob suspeita de portarem documento falso e de serem estelionatários.
Os policiais, durante todo o tempo,
injustificadamente, adotaram postura intimidatória, ostentando armas de grosso
calibre, confiscando documentos e até alegando razões pessoais para duvidar das
informações fornecidas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho, que foram todas
confirmadas por autoridades e pelo Portal da Transparência. Ainda assim, eles
ficaram retidos por longo tempo na Delegacia e somente foram liberados após
vários telefonemas das chefias da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego – SRTE/MA e de autoridades contatadas pela SRTE/MA.
É importante esclarecer que Auditores-Fiscais
do Trabalho têm autonomia para realizar fiscalizações em todo o território
nacional e não precisam informar a polícia sobre ações fiscais. São agentes do
Estado, tal qual os policiais militares e civis. Na grande maioria dos casos,
as Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal são parceiras da
fiscalização, dando apoio e fazendo a segurança dos Auditores-Fiscais do Trabalho
em ações fiscais em locais de difícil acesso ou que oferecem riscos diversos.
O Sinait e a Delegacia Sindical também
estranham o fato de o Conselho Tutelar, segundo os policiais, ter oferecido
denúncia sobre a ação dos Auditores-Fiscais do Trabalho, uma vez que a
instituição também é parceira contumaz da fiscalização no combate ao trabalho
irregular de crianças e adolescentes.
O ocorrido em Peritoró é inadmissível e deve
ser não só repudiado como também investigado quanto às razões que levaram os policiais
a agirem desta forma hostil e truculenta, senão suspeita, lançando dúvidas
infundadas sobre Auditores-Fiscais do Trabalho no cumprimento de seu dever,
devidamente identificados e autorizados a realizar a ação fiscal. Da mesma
forma, é preciso apurar a veracidade sobre a denúncia feita pelo Conselho
Tutelar.
É um precedente perigoso que deve ser cortado
na raiz, especialmente porque entre instituições do Estado deve haver
cooperação e não hostilidade e concorrência, para o bem público. O Sinait e a Delegacia
Sindical do Sinait no Maranhão vão oferecer denúncia formal e cobrar das
autoridades o completo esclarecimento deste episódio, com a punição dos
responsáveis.
Rosa Maria Campos Jorge – Presidente do Sinait
Lea Cristina da Costa Silva – Delegada
Sindical do Sinait no Maranhão
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