“Desculpem os
nordestinos, mas essa região merecia uma bomba como em Nagasaki, para nunca
mais nascer uma flor nos próximos 70 anos”, disse Auditora Fiscal após apuração das eleições
à Presidência da República de 2014
Auditoria Fiscal do Trabalho foi denunciada ao
Ministério Público por incitar ódio contra nordestinos. Postagem e conta de
Ingrid Berger foram posteriormente deletadas (reprodução).
O resultado das eleições à Presidência da República de 2014 repetiu uma
cena que foi vista nas eleições de 2010: uma enxurrada de postagens nas redes
sociais que incitam o ódio aos nordestinos.
Na noite deste domingo, diversos internautas denunciaram usuários de
redes como Facebook e Twitter por incitar o ódio contra os nordestinos.
E uma delas, Ingrid Berger, foi denunciada na Ouvidoria do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por postar em seu perfil no Facebook que
o Nordeste “merecia uma bomba como Nagasaki, para nunca mais nascer uma flor
nos próximos 70 anos”.
A denúncia foi feita na esfera administrativa, pois a denunciada é
auditora fiscal do Trabalho, aprovada em um concurso de 2013, que está em
estágio probatório, e por isso, ainda não tem o direito à estabilidade
funcional dada aos servidores públicos.
Atualmente, a servidora, que é formada em direito, está lotada Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego em Cuiabá, no Mato Grosso.
A denúncia foi protocolada pelo advogado baiano Durval Saback que
afirmou ter recebido a mensagem através de um colega pelo Whatsapp e checou a
veracidade da informação, e, através de um outro colega, que também é auditor
fiscal, confirmou que ela foi aprovada no concurso público.
“A denúncia foi feita na ouvidoria do Ministério do Trabalho para apurar
se ela cometeu infração que possa ferir o Código de Ética do Servidor, para
instaurar um processo administrativo disciplinar.
Somente depois é que se saberá se ela cometeu a infração, para ser
demitida do serviço público ou não”, explica.
Algum tempo depois, segundo o advogado, a conta de Ingrid Berger foi
deletada, assim como a postagem. Mas o print da tela foi salvo.
Mensagens de incitação ao ódio, discriminação e racismo postados em rede
sociais ainda podem ser investigadas pelo MPF.
A denunciada ainda pode ser investigada na esfera cível e penal.
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