No ano passado, mais de cem mil se afastaram por causa desses acidentes.
Pessoa pode estar no próprio carro, de moto ou em transporte coletivo.
Aumentou o número de pessoas que sofrem acidentes no
trajeto de casa para o trabalho. Só no passado, mais de cem mil trabalhadores
tiveram de se afastar do emprego por causa desses acidente de percurso.
A pessoa pode estar no
próprio carro ou até no ônibus. Se estiver indo ou voltando do trabalho e
sofrer um acidente, ele é considerado acidente de trabalho. Quem sofre o
chamado acidente de trajeto tem direito ao auxílio-doença, porque muitas vezes
precisa ficar meses afastado do trabalho.
E a Previdência Social
está preocupada com o aumento na solicitação desse tipo de benefício. No ano
passado, o gasto total com o pagamento do auxílio-doença chegou a quase R$ 2,3
bilhões.
Depois de oito anos de
canteiro de obra e nenhum acidente no trabalho, Wesley Martins se acidentou em
uma das voltas para casa. Ele quebrou a perna e ficou seis meses parado.
“Todo mundo naquela
muvuca de entrar no ônibus, para ir embora, o alçapão do ônibus estava meio
enferrujado, e chegou bem na minha vez e abaixou”, conta o pedreiro.
O risco tem sido maior
da porta do trabalho para fora. Os chamados acidentes de trajeto, quando a
pessoa está indo para casa ou dar o expediente, aumentaram 5% de 2012 para
2013.
O pedreiro Wesley hoje
vai com calma, pela calçada, e evita ônibus cheio. “Fica meio corrido, porque
agora é horário de pico, as BRs devem estar movimentadas”, afirma.
Segundo o Ministério da
Previdência, a pressa, muitas vezes acompanhada da pressão sofrida no trabalho,
mais a violência no trânsito vem aumentando os acidentes no caminho.
“Vem tendo um
afastamento mais prolongado do trabalho e sequelas. Isso aumenta o custo para a
Previdência”, afirma o diretor do Departamento de Segurança e Saúde do
Trabalhador Marco Perez.
Quem sofre um acidente
no percurso de casa para o trabalho ou do trabalho para casa tem direito a
auxílio-doença. A pessoa pode estar no próprio carro, de moto ou em transporte
coletivo, não precisa ser na condução da empresa.
Já no local de
trabalho, menos gente se acidentou. Houve uma redução pequena, de 2,2% de 2012
para 2013. O setor de serviços é o que mais vítimas, porque é o que mais
emprega, segundo o governo.
Ezupério Durães dos
Santos quase entrou para a estatística. Ele usou uma lâmina de jeito errado,
mas foi-se a luva e ficaram os dedos. “Eu dei sorte que ela só cortou e
atravessou, mas ela acaba prendendo o braço e acaba cortando mais”, conta o
açougueiro.
Na padaria, depois que
uma funcionária caiu na escada, os degraus ganharam um antiderrapante. “Estava
molhado a menina escorregou. Ela passou três dias no hospital, mas está tudo
bem. A gente colocou a fita e está tudo certo”, afirma o atendente Adriano
Guilherme.
Os acidentes mais
graves continuam sendo registrados na construção civil. Por isso, nas obras de
uma construtora, o investimento em segurança e treinamento hoje é altíssimo.
Desde 1995 não há registro de mortes.
A maior dificuldade é
convencer os funcionários a usar os equipamentos. “Tendo em vista o grau de
instrução muito baixo, a cultura, que ainda não é uma cultura prevencionista,
então nós ainda temos muita resistência”, explica o engenheiro de segurança no
trabalho Eduardo Freitas Sampaio.
Na obra em que o Alex
Ximenes trabalhava, ele mesmo era quem fiscalizava. O excesso de confiança o
fez passar de um andaime para outro sem o cinto. Caiu de uma altura de 4 metros
e está há 3 meses sem andar. Ficaram as sequelas e a lição: “Eu trabalhava sem
medo. Hoje em dia eu tenho a percepção diferente, a gente tem que trabalhar com
medo que a atenção redobra”, ressalta o perfurador de concreto.
O INSS também paga o
auxílio-acidente, que é 50% do salário. O benefício é para a pessoa que fica
com sequelas e não pode exercer, no trabalho, a mesma função anterior ao
acidente.
Nota
da redação: Na reportagem exibida no dia 11 de novembro, o Bom Dia Brasil afirmou
que foram gastos quase R$ 2,3 milhões no pagamento de auxílio-doença. Na
verdade, foram
gastos R$ 2,3 bilhões. A informação foi corrigida no texto às 9h08 do dia 11 de
novembro.
Veja
vídeo do Bom Dia Brasil
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